sábado, 15 de novembro de 2008

O Culto do Espírito Santo

O culto do Espírito Santo remonta ao tempo da Rainha
Santa Isabel, mulher de D. Dinis, Rei de Portugal (séc. XIII), e
ao milagre do pão que se transformou em rosas. A rainha
reunia pobres à sua mesa e, em gesto de humildade, colocava
sobre as suas cabeças a coroa real.
Os primeiros povoadores dos Açores trouxeram consigo
todo um sentir religioso que se manteve intacto até aos nossos
dias, através da criação de Irmandades do Espírito Santo.
Assim, desde o Domingo de Páscoa à primeira semana de
Outubro o “milagre das rosas” repete-se em todas as freguesias
da ilha, na cerimónia de distribuição de pão e carne, não só aos
mais necessitados como aos irmãos do “Império” e por vezes a
todos que assistam à festa.
O Império é um pequeno templo dedicado ao culto do
Divino Espírito Santo, que tem no seu interior um altar onde se
encontra a Coroa do Espírito Santo, em forma de pirâmide e
revestido de flores de papel branco, decorado com flores e
velas.
Os Impérios existentes de pedra ou bloco, começaram a
aparecer no final do séc. XVIII em substituição das antigas
estruturas de madeira, os chamados “Triatos”.
Distribuídos um pouco por toda a ilha (existindo cerca de
50), distinguem-se uns dos outros apenas pelo colorido da sua
decoração. Têm em comum a fachada principal constituída por
uma porta e duas janelas e encimada por uma coroa do Espírito
Santo. Grande parte dos Impérios têm, em anexo, uma
dispensa onde é guardado o pão, a carne, o vinho e todos os
materiais utilizados nas festas do Espírito Santo.
Os Impérios estão fechados praticamente durante todo o
ano, abrindo apenas por ocasião das suas festas do Espírito
Santo que, por toda a ilha, se realizam no período que vai de
Maio a Outubro.
O jantar oferecido pelo Imperador aos seus convidados
tem a designação de Função, e a sua ementa é constituída por:
Sopa de Pão, Cozido à Portuguesa, Alcatra, Pão-de-leite e
Massa Sovada, Arroz Doce e Vinho de Cheiro – Pratos Típicos
da Ilha.
A Festa do Espírito Santo envolve duas partes, a
religiosa e profana, mas é difícil definir onde começa uma ou
acaba outra, umas vez que ambas se complementam. Por toda
a ilha o ritual do Espírito Santo manifesta algumas diferenças,
mas o sentimento e a devoção passam de geração em
geração, assumindo cada vez maior importância na cultura
açoriana e em particular na vida do terceirense.

Artigo da responsabilidade de:
Professores Responsáveis:
Nuno Azevedo
Amílcar Cabral
Projecto CONTENT – Arquitectura
Escola Básica Integrada de Angra do Heroísmo

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